Foram várias as indicações que recebi de “Viver duas Vezes”. Como cuidei do meu pai, quando ele teve Parkinson, qualquer história de amor e cuidado se encaixa bem com a nossa (e ainda bem) e nos identifica.

Pois não sei bem o porquê, assisti ao filme umas cinco vezes, indiquei para muitas pessoas, mas custei a transformá-lo em texto. Hoje, finalmente, saiu…
Emilio, um professor de matemática “de universidade” (como ele tem orgulho em dizer), é diagnosticado com Alzheimer e resolve que, antes que tudo se apague de sua memória, irá reencontrar um amor de adolescência: Margarita.

Dirigido pela espanhola Maria Ripoll, “Viver duas Vezes” aborda um tema difícil para a maioria das pessoas, com humor e leveza e está aí o segredo que faz o filme ficar na memória. Eu até hoje canto “Perfidia”, a música que embala as lembranças do personagem principal.
Orgulhos, prepotente, ranzinza, Emilio – vivido pelo irrepreensível Oscar Martinez – tem uma péssima relação com a filha, mas é justamente ela e sua família complicada quem vai ajudá-lo na empreitada.
Outro destaque do elenco é a pequena Mafalda Carbonell, que vive a neta Blanca, uma garota mal-educada que vai sendo lapidada com o tempo e se torna uma boa amiga do avó.
Prepare o lencinho.
NATALIA DORNELLAS
FOTOS: NETFLIX