POR ULISSES MORATO / COLABORAÇÃO ESPECIAL
125 anos de belos horizontes arquitetônicos! A paisagem urbana de Belo Horizonte, desde 1897, é fruto de um imenso trabalho técnico e artístico empreendido por várias gerações de arquitetos que projetaram uma gama de edifícios que são verdadeiras obras-primas.
Sendo assim, que tal conhecermos alguns autores representativos dos estilos arquitetônicos que se manifestaram na capital e suas obras mais emblemáticas?
• O Ecletismo, que é rico em ornamentação e resgata formas clássicas, foi o estilo de fundação de Belo Horizonte. O pernambucano José de Magalhães, nosso primeiro arquiteto, projetou alguns dos mais admiráveis edifícios da nascente capital. O exuberante Memorial Minas Gerais Vale (1897), uma notável obra da arquitetura Beaux-Arts, foi habilmente desenhado pelo ilustre Magalhães.
FOTO: ULISSES MORATO
SERVIÇO: Memorial Minas Gerais Vale. Praça da Liberdade
• O italiano Raffaello Berti e o mineiro Luiz Signorelli foram brilhantes arquitetos que se notabilizaram por difundir o estilo Art Déco na cidade. Em 1935, eles projetaram um dos ícones dessa formidável corrente arquitetônica de BH, a sede da Prefeitura Municipal, cuja admirável fachada é marcada pelo equilibrado jogo de volumes e pelas sóbrias linhas horizontais e verticais.
FOTO: BELOTUR/DIVULGAÇÃO
SERVIÇO: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Av. Afonso Pena, 1500
• A Arquitetura Moderna é assinalada por volumes despojados de ornamentos e pela ampla utilização de pilotis, brises, vidros e estruturas de concreto. O Edifício Christiano Guimarães (1952), aprimorado projeto dos arquitetos mineiros Raul Lagos Cirne e Luciano Alfredo Santiago, é um extraordinário exemplar do pujante Modernismo elaborado na capital mineira.
FOTO: ULISSES MORATO
SERVIÇO: Edifício Christiano Guimarães. R. Espírito Santo, 593
• Na década de 1980, Belo Horizonte foi precursora da Pós-Modernidade no Brasil – expressão das colagens formais, das fachadas coloridas, do retorno à ornamentação, e dos materiais rústicos ou metálicos. O edifício símbolo da nossa “Pós-Mineiridade” é o surpreendente Rainha da Sucata (1985), que foi projetado pelos ousados arquitetos Éolo Maia e Sylvio de Podestá.
FOTO: REVISTA PROJETO
SERVIÇO: Centro de Informação do Circuito Liberdade (Rainha da Sucata). Praça da Liberdade
• Após os anos 1990, a Arquitetura Contemporânea se manifesta pela multiplicação, sem precedentes, das linguagens e das tecnologias construtivas. Em sintonia com o cenário internacional, mas sem perder a mineiridade, o arrojado edifício do Centro Cultural Itamar Franco (2016) – criado pela talentosa arquiteta Jô Vasconcellos em parceria com Rafael Yanni e José Augusto Nepomuceno – é a mais eloquente expressão da contemporaneidade construtiva de BH.
FOTO: SECULT MG
SERVIÇO: Centro Cultural Itamar Franco. R. Tenente Brito Melo, 1.090
* Ulisses Morato de Andrade, natural de Belo Horizonte, é doutor em Arquitetura pela Universidade de Lisboa (2021), especialista em Construção Civil pela UFMG (2008), e bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (1992).